Bragança tem três prefeitos, um de fato e de direito e dois por
“direito” e de fato. Os três pertencem ao Partido Democratas e são conhecedores
do ramo de transporte coletivo. Jesus Chedid e deputado Edmir Chedid, os
prefeitos por “direito e fato” são empresários de ônibus, Renato Frangini, que
está prefeito de direito, também tem (ou teve) raízes familiares afincadas no
ramo. Nenhum deles pode ser acusado de não entender quando o assunto é empresa
de ônibus. Todos sabem que a relação entre os Chedid e (e agora por extensão,
inclui-se Frangini) a Nossa Senhora de Fátima Auto Ônibus Ltda., concessionária
dos serviços de transporte coletivo em Bragança há mais de 40 anos, nunca foi
um mar de rosas. O senhor Belarmino, sócio da empresa que o diga. Jesus Chedid
também. A promessa de campanha do triunvirato em baixar a tarifa de ônibus de
R$ 2,80 para R$ 1,90 é uma falácia. Não vai baixar nada porque o custo final
para o povo será o mesmo. Subsidiar a passagem vai custar para todos os
bragantinos e não só para os usuários. E vai custar cerca de R$ 9 milhões por
ano. É uma injustiça social. Ninguém tem que pagar pelo que não usa. O povo tem
outras prioridades. Por outro lado, subsídio é uma forma de interferir na
gestão financeira da empresa privada porque qualquer motivo, até um prego no
pneu furado do ônibus, poderá sugerir punição também injusta, que pode chegar
ao atraso de pagamentos do subsídio e provocar prejuízos incalculáveis à
empresa. Tem que se considerar o pífio argumento do triunvirato que governa a
cidade atualmente. Ninguém deixa carro ou moto na garagem para andar de ônibus
por causa de R$ 0,90. Transporte coletivo em Bragança não é opção. Nunca foi e
nunca será. Transporte coletivo é necessidade de quem precisa. Os senhores
vereadores eleitos e reeleitos, independente de partidos, devem se mirar na
austeridade do Erário, cuja maioria pertence aos grupos aliados ao Democratas
autores dessa falácia, e não se comportarem como instrumentos de interesses
políticos que, neste caso, aparece acima do interesse público. A votação desse
projeto pelos vereadores será um sinalizador do comportamento do Poder
Legislativo que um dia, por motivos análogos envolvendo a FESB, teve a sua
maioria rotulada de picaretas. O povo não pode pagar pela vaidade política,
prepotência e proposta que beira um estelionato eleitoral somente porque a
propaganda de se baixar tarifa de ônibus é simpática e atrai votos, mas é
inexequível. O saudoso mestre Bauna, entre tantos casos que narrava de forma
cômica, dizia que certa vez um adversário político dele e do grupo Chedid,
tinha ido a uma boate, feito a maior farra e no outro dia mandou a conta para
ele pagar. Nunca disse se pagou. Se os vereadores aprovarem esse projeto de
subsídio da tarifa, que onera os cofres públicos é premiar a farra de promessas
e falácias que o Democratas fez na campanha para prefeito e agora quer mandar a
conta para nós, povo, pagar. O pior dessa medida e de outras que se pronunciam
pode levar Bragança a ter um governo perdulário e a Câmara Municipal ser
responsabilizada por isso e ter seu papel constitucional revertido de agente
fiscalizador para cúmplice. Que Deus salve Bragança!
(Jornal Gazeta Bragantina - 10/01/13 - EDITORIAL)
Vai acontecer com a empresa N.Sa.de Fátima em Bragança o que aconteceu com a empresa Gaivota em Serra Negra. O Alberti deveria usar o termo enganação e não falácia apesar de significarem a mesma coisa, pois enganação é a matéria prima dos políticos "profissionais". É por essas e outras que o poder do Estado tem que crescer na sociedade e paulatinamente cumprir seu papel inclusive com relação aos transportes públicos que devem passar a ser dever do estado e remover aproveitadores de plantão que nada mais fazem além de persuadir ou dominar o poder em causa própria.
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Crazy Horse