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terça-feira, 19 de novembro de 2013

E O LAURO FALOU, DISSE E COMENTOU...


. . . os psicopatas e o inferno

 . . . que ontem, domingo, dia 17 de novembro, completou-se exatos dois meses em que o Blog-Comentando silenciou. Hoje quebro esse silêncio para lembrar estes dois meses e dizer que no último dia 8 completei meus 67 anos de vida e ganhei de presente o novo lançamento literário de Dan Brown, autor de "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" entre outros e que se intitula "Inferno", baseado na "Divina Comédia" de Dante Aliguieri. No dia seguinte, por indicação de um amigo, adquiri o livro "Mentes Perigosas - O psicopata mora ao lado" de Ana Beatriz Barbosa Silva.
Pela primeira vez em minha vida li  dois livros simultaneamente. Em 9 dias li o primeiro (443 páginas) e passei da metade do segundo. Deixo como mensagens antes de retornar ao meu silêncio, dois destaques destes livros. De "Mentes Perigosas", que relata sobre os psicopatas que existem em todos os lugares e em todos os setores e profissões:
Página 101: "Muitos se camuflam em pessoas responsáveis através de suas profissões. Nesse contexto, podemos encontrar policiais que dirigem redes de prostituição, juízes que cometem os mesmos delitos que os réos -- mas no julgamento os condenam com argumentações jurídicas impecáveis, banqueiros que disseminam falsos boatos econômicos na economia. Também estão alguns líderes de seitas religiosas, que abusam sexualmente de seus discípulos, ou ainda políticos e homens de Estado que só utilizam o poder em proveito próprio. Estes últimos costumam representar grandes perigos pelo tamanho do poder que podem deter. A política propicia o exercício do poder de forma quase ilimitada. Poucos cargos permitem um exercício tão propício para atuação dos psicopatas. A 'renda' material que eles podem obter também é praticamente incalculável, quando exercem a profissão de forma ilegal. (...) E o fato de terem um foro privilegiado quase lhes assegura de forma impune o exercício do poder com outros fins que não sejam os de servir aos interesses da nação."E na página seguinte a autora destaca o que escreveu na revista Veja o sociólogo Roberto DaMatta: "A coisa chegou a tal ponto, que a palavra 'política' passou a designar precisamente esse jogo amoral no qual a igualdade é sempre ultrapassada por pessoas que, desdenhando das leis, passam a controlá-las em vez de zelar por elas. Ou um ritual os quais os criminosos são acusados, mas quando são importantes, livram-se da pena porque têm comprovadas relações pessoais e partidárias com os donos do poder". Pelo menos neste último ponto, graças a um Ministro honesto e de pulso forte no processo do Mensalão, por enquanto, parte disso não está acontecendo. 

De "Inferno", dois destaques. O primeiro é quando há o relato de uma pintura de um dos gigantes da Renascença Italiana, Sandro Botticelli, cuja obra-prima é "O Mapa do Inferno": Pag. 66: "(...) essa horrenda visão dantesca tinha a forma de um funil de sofrimento subterrâneo: um desgraçado submundo composto de fogo, enxofre, esgoto e monstros, com Satanás em pessoa à espera lá no centro. O fosso tinha nove níveis distintos, os nove círculos do Inferno, nos quais os condenados eram lançados de acordo com a gravidade dos seus pecados (...)". Lá embaixo no funil (pag. 67) cita: "(...) um político corrupto submerso em um lago de piche fervente". Aí me foi impossível não fazer a correlação de que piche é a base do asfalto... O segundo destaque fica por conta de apenas uma frase conclusiva extraída da própria "Divina Comédia" de Dante Aliguieri:
"Os lugares mais sombrios do Inferno são reservados àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral", ou seja, "Em situações de perigo, não existe pecado maior do que a omissão".
Quanto a esse final, minha consciência está absolutamente tranquila pois, da maneira em que sempre esteve ao meu alcance, não me omiti no que diz respeito a minha terra natal, pois nunca fui apenas um passageiro no trem do tempo ficando na janela vendo a paisagem passar. Sempre procurei fazer parte da paisagem.
O resto volta a ser silêncio.
E pingue-se o ponto.

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